A presidenta Dilma Rousseff deve
anunciar na próxima terça-feira (20) o Programa Nacional de Educação do Campo
(Pronacampo) para impulsionar a qualidade da educação rural. O programa prevê
construção e reforma de escolas, qualificação de professores e a criação de
grades curriculares e disciplinas específicas, adaptadas à realidade dos
estudantes que vivem na zona rural.
As escolas localizadas em áreas rurais
respondem por 12% das matrículas de educação básica no país. Os indicadores
educacionais do campo são bastante inferiores aos verificados nas áreas
urbanas. Enquanto a taxa de analfabetismo no país - na população com mais de 15
anos - é 9,6%, na zona rural o índice sobe para 23,2%. Apenas 15% dos jovens de
15 a 17 anos do campo estão no ensino médio e só 6% das crianças até 3 anos têm
acesso à creche.
Entre as ações previstas está a
produção de material didático específico para as escolas rurais, que abordem os
temas da realidade do campo. Até este ano, os estudantes recebiam os mesmos
livros que eram enviados ao restante do país.
O programa também prevê a construção de
novas escolas, cursos de formação continuada para professores e melhoria na
infraestrutura das unidades – cerca de 11 mil escolas do campo ainda não contam
com luz elétrica, número que representa 15% do total. Segundo relatório do
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), a maioria também não tem
laboratório, biblioteca ou espaços de lazer.
O Pronacampo foi encomendado por Dilma
ao Ministério da Educação em 2011. O processo de negociação também envolveu
reuniões entre entidades e movimentos sociais ligados ao campo e o ministro da
Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
Amanda Cieglinski e Luana Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
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