Apesar de reclamarem da demora para se garantir recursos e ações contra a seca
no interior do Estado, os Municípios afetados pela estiagem ainda não enviaram
à Defesa Civil as informações necessárias para definir o tamanho dos estragos
nas comunidades rurais. Segundo o coronel Josenildo Acioli, chefe da Defesa
Civil, e o secretário estadual de Agricultura, Betinho Rosado, 111 municípios
estão devendo o envio do processo de decretação de emergência, que contém
relatórios que detalham os prejuízos no interior do RN. Apenas 28 das 139
prefeituras que decretaram estado de emergência enviaram as informações.
Júnior Santos
Estiagem prolongada deixa 139 municípios do RN em estado de emergência.
Gado sofre com a seca
De acordo com o coronel Acioli, sem as informações presentes no processo de decretação de emergência a Defesa Civil não terá como saber o número de afetados pela seca e os prejuízos causados nos municípios. "É preciso enviar isso o mais rápido possível porque hoje a Defesa Civil não teria como alocar recursos para as famílias afetadas, já que não sabemos exatamente o tamanho do prejuízo em cada cidade", explica o coordenador da Defesa Civil. O processo de decretação de emergência contém formulários, um parecer técnico da defesa civil local, o decreto do prefeito sobre a situação de emergência, entre outros documentos. "Precisamos ter esses dados em mãos para quando a Secretaria Nacional da Defesa Civil solicitar", diz.
O secretário de Agricultura, Betinho Rosado, explica que, na mesma
reunião em que se explicou como regulamentar as comissões de defesa civil em
cada cidade, realizada há cerca de 20 dias, os prefeitos e representantes de
municípios foram cobrados a enviar os relatórios. "Os prefeitos não estão
fazendo o cadastro junto à Defesa Civil. Já faz mais de 20 dias que fizemos a
reunião. É preciso enviar as informações com urgência", aponta Betinho
Rosado.
Uma outra questão que preocupa o Governo do Estado é a criação de
unidades de defesa civil no Município. Somente com essa criação é possível
obter um cartão ligado ao CNPJ da defesa civil municipal e obter recursos
direto do Governo Federal. Esses recursos são destinados a situações de
emergência, como assistência a afetados por problema extremos, como secas,
enchentes, etc. Não há ainda um levantamento acerca de quantos municípios já
criaram suas unidades. Há casos de municípios que têm defesa civil, mas criada
por decreto e não por lei. A determinação da Secretaria Nacional de Defesa
Civil é de que a criação se dê por lei.
No último dia 23 de abril, o Governo realizou uma reunião para orientar
a criação e regularização das Coordenadorias municipais de Proteção e Defesa
Civil à luz da nova legislação. Os prefeitos e técnicos dos municípios afetados
pela estiagem discutiram com a Emater e com os técnicos da Defesa Civil, as
estratégias de ação para minimizar os efeitos da estiagem. Um dos problemas
relatado pelos prefeitos foi a falta de carros-pipa.
No RN, 72 municípios, dos 139 em estado de emergência, já estavam sendo
abastecidos por carro-pipa, até o último dia 07 de abril, quando o serviço foi
suspenso. Ontem, os prefeitos cobraram uma resposta da Defesa Civil e do
Exército. O coordenador da Defesa Civil, tenente-coronel Josenildo Acioli
Bento, explicou que o Exército aguarda liberação de recursos do governo federal
para a contratação de 'pipeiros' e a retomada da operação pipa.
Femurn quer desburocratizar acesso a recursos
federais
Para o presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte,
Benes Leocádio, o Governo do Estado não vem atendendo às necessidades das
famílias afetadas pela seca de forma eficiente. Como exemplo ele cita a questão
dos carros-pipa. "O Governo do Estado sempre manteve carros-pipa do
próprio bolso, em todos os anos, com exceção desse ano. Esse ano não há carro-pipa
do Governo do Estado. Então, o que é realmente necessário é desburocratizar o
acesso aos recursos e resolver de uma vez o problema", reclama.
Acerca do cadastro de municípios, Benes Leocádio diz que as prefeituras
estão fazendo o levantamento de campo e produzindo os relatórios necessários.
"Estamos cumprindo o que a própria defesa civil orientou. Mas há
dificuldades e é preciso ir várias vezes até as comunidades rurais",
justifica. O presidente da Femurn acredita que é preciso desburocratizar o
acesso aos recursos.
"Esses dados não são e nem podem ser condição para receber o
dinheiro. Estamos numa situação emergencial e, como o próprio nome já diz, não
dá para esperar por toda essa burocracia. Está faltando bom senso",
encerra Benes Leocádio.
Para minimizar os efeitos da seca, o Governo do Estado planeja duas
ações principais: garantir o abastecimento de ração realizado pela Conab a
baixo custo e antecipar o pagamento do garantia-safra. A ração será repassada
aos produtores por um valor variável, entre R$ 18 e R$ 27. Pequenos produtores
comprarão o produto pelo preço mais baixo, que significa metade do preço
praticado no mercado. Já o garantia-safra paga R$ 680, em seis parcelas.
Normalmente é o Governo Federal quem faz o pagamento, mas o Governo do Estado
trabalha para agilizar a liberação desse dinheiro.
"Além disso, o Governo busca recursos junto ao Governo
Federal", complementa Betinho Rosado, apontando que a ação deve minimizar
o efeito da seca. A avaliação da Fetarn é de que 100% do plantio de regime de
economia familiar "está perdido" em virtude da escassez de chuvas,
sobretudo nas regiões de sequeiro.
INPE
Confrontado com a informação do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), veiculada pelo jornal O Globo, de que haverá mais nove meses de seca no Nordeste, o meteorologista da Emparn, Gilmar Bristot, afirmou que ainda é cedo para fazer um prognóstico. A previsão do Inpe tem como base a possibilidade de formação do fenômeno El Niño no próximo ano, o que costumeiramente afeta de forma negativa as chuvas no Nordeste brasileiro. Mas, segundo Bristot, não há como "especular" acerca do fenômeno El Niño em 2013 nesse momento do ano.
Confrontado com a informação do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), veiculada pelo jornal O Globo, de que haverá mais nove meses de seca no Nordeste, o meteorologista da Emparn, Gilmar Bristot, afirmou que ainda é cedo para fazer um prognóstico. A previsão do Inpe tem como base a possibilidade de formação do fenômeno El Niño no próximo ano, o que costumeiramente afeta de forma negativa as chuvas no Nordeste brasileiro. Mas, segundo Bristot, não há como "especular" acerca do fenômeno El Niño em 2013 nesse momento do ano.
"É preciso esclarecer que até o fim do ano não teremos mesmo chuva
no interior do Nordeste, mas que isso é comum, acontece todos os anos",
explica Bristot. A "alteração" no regime normal de chuvas no Nordeste
seria decorrente da formação do El Niño com influência no período chuvoso do
próximo ano. Segundo o Inpe, essa possibilidade existe por conta de um aquecimento
nas águas do Oceano Pacífico "É muito precoce falar nisso. Somente em
julho ou agosto é possível fazer um prognóstico a esse respeito", encerra
Bristot.
Fonte: Tribuna do Norte
Viviany Campos
Setor Administrativo
COMPDEC - CANGUARETAMA/RN
Enviado Por:
Secretaria de Estado da Justiça e
Cidadania – SEJUC
Coordenadoria Estadual de Defesa
Civil – CEDEC
CENTRO ADM. DO ESTADO -
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Telefone: (84) 3232-1769
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