Luiz tito/agencia a tarde
O governo vai liberar R$ 350 milhões para ajudar os afetados pelas
enchentes na Região Norte. Os recursos deverão beneficiar agricultores,
comerciantes, prestadores de serviços e setores da indústria prejudicados pelas
cheias dos rios. As chuvas na região deixaram, até o momento, 51 municípios em
situação de emergência e afetou mais de 330 mil pessoas. Também serão liberados
R$ 2,7 bilhões para as vítimas da seca no Nordeste.
O estado mais atingido é o Amazonas, onde 32 municípios tiveram a
situação de emergência decretada. A situação de outros dez municípios ainda
está em análise pela Secretaria Nacional de Defesa Civil. No Acre, são nove
municípios em situação de emergência; no Pará, oito; e em Rondônia, dois.
No Nordeste, o problema é a seca. A falta de chuvas na região deixa 450
municípios em situação de emergência e afeta quase 4 milhões de pessoas. O
governo deverá investir na região R$ 2,7 bilhões em ações para ampliar o
fornecimento de água e o apoio ao agricultor. Também foi instituído o Comitê
Integrado de Combate à Estiagem.
O estado que mais sofre com a falta de chuvas é a Bahia. São 207
municípios em situação de emergência. No Rio Grande do Norte, são 138 e no
Piauí, 78. Em algumas partes da região não chove há três meses.
A MAIOR SECA DOS ÚLTIMOS 30 ANOS
O quadro é de desolação no semiárido nordestino, que enfrenta a pior
seca dos últimos 30 anos - desde a dificuldade de água para beber à destruição
de plantações e perda de animais. São 525 municípios em estado de
emergência.
Em Pernambuco, são 70 os municípios que vivenciam problemas já expressos
em alguns números da secretaria estadual de agricultura: na maioria desta área
a redução das chuvas foi em média de 75% - chegando até 92% em alguns - e a
grande maioria dos açudes localizados no sertão estão com 30% da sua
capacidade. A falta de chuva provocou a perda de 370 mil toneladas de grãos.
Nos cem primeiros cem dias deste ano o número de animais vendidos para
fora do Estado é 73% maior que o do mesmo período do ano passado."Os
criadores, a maioria deles pequenos, estão se desfazendo dos seus animais
porque falta ração, falta capim, falta sorgo", afirma o secretário
estadual de Agricultura e presidente do Comitê Integrado de Combate à Seca de
Pernambuco, Ranílson Ramos, que prevê dificuldade de recomposição do rebanho
depois da estiagem, já que as fêmeas de boa linhagem têm sido comercializadas
para o Pará e Maranhão.
Nem todos os criadores, no entanto, têm a sorte de conseguir vender suas
reses. "É uma tristeza a gente ver os agricultores de pequenos sítios da
área rural de Águas Belas pegarem seus bichos já muito magros para levar para
as feiras na cidade e voltarem para casa com os mesmos animais", afirmou o
presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Águas Belas, no sertão, a
314 quilômetros do Recife, André de Santana Paixão. Com 33 anos, André só se
lembra de ter visto secas tão fortes em 1983 e em 1998.
Ele reforça o que diz o governo: pelo menos por enquanto a população
atingida pela seca não passa fome. "Passa necessidade", afirma ele. O
Bolsa Família chega para 850 mil famílias no agreste e no sertão.
Os carros-pipas - como única fonte de abastecimento d'água - voltaram a
povoar a região semiárida. Ranílson Ramos afirma que o Estado precisa de 1,5
mil deles para atender as comunidades afetadas pela falta d'água. Por enquanto,
são 1,1 mil rodando pela região - 600 deles do governo estadual e o restante do
Exército e de prefeituras.
Bahia anuncia cancelamento de festas juninas
SALVADOR - A prolongada estiagem no semiárido baiano, considerada a pior
em três décadas no Estado, começa a causar cancelamentos da mais tradicional
festa do interior da Bahia, o São João, comemorado anualmente em todos os 417
municípios do Estado
Dos 231 municípios que decretaram situação de emergência por causa da
seca - 215 tiveram a situação reconhecida pelas administrações estadual e
federal -, 20 já anunciaram o cancelamento das festas e 17 informaram que
pretendem reduzir o número de dias e de atrações das comemorações.
Além disso, o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) orientou os
gestores das cidades atingidas pela estiagem a não ultrapassar os investimentos
feitos nos anos anteriores para a festa deste ano. "A situação exige que
os prefeitos atuem com cautela e coerência", avalia o presidente da União
dos Municípios da Bahia - e prefeito de Camaçari, na região metropolitana de
Salvador -, Luiz Caetano.
O enxugamento do São João, considerado o segundo maior evento para o
turismo no Estado, atrás do Carnaval, porém, causa preocupação na Secretaria de
Turismo. "As cidades que estão enfrentando a seca correm o risco de ser
duplamente penalizadas, pela falta de água e pela perda de receitas
provenientes do turismo nesta época", avalia o secretário Domingos
Leonelli. "Cancelamento de festa deve ser adotado apenas por prefeituras
que tenham o São João como despesa - e acredito que sejam muito poucas."
Rio Negro é o flagelo da região Norte
Rio Negro é o flagelo da região Norte
MANAUS - Já são mais de 40 os municípios que decretaram situação de
emergência devido à cheia que atinge o Amazonas. São mais de 70 mil famílias
afetadas. O rio Negro estava a 25 centímetros do registro histórico de 2009
quando atingiu 29,77 metros. A expectativa é de que o rio continue subindo até
meados de junho.
De acordo com a Defesa Civil do Estado, as ações humanitárias se
estenderão até que a situação nos municípios sejam normalizadas. Dos municipios
em situação de emergência, 26 já receberam ajuda do governo e os demais
receberão nos próximos dias.
Mais de 130 toneladas em kits de cesta básica, de higiene pessoal,
limpeza, medicamentos e dormitório foram distribuídos. O aporte financeiro do
Estado revertido as ações foi na ordem de R$ 850 mil, sendo R$ 100 mil para
sete municípios da calha do Juruá e R$ 150 mil para Boca do Acre, no
Purus.
A Defesa Civil do Estado tem trabalhado também na capital e está
realizando a "Operação Enchente 2012 em Manaus", fazendo a limpeza de
igarapés (trechos de rios que cortam a cidade), retirando de lixo de área
alagadas, construindo passarelas e distribuindo cestas básicas e filtros de
água. Estão sendo assistidas 11 localidades da capital.
A Prefeitura informou que está reforçando as ações junto aos moradores
com o lançamento, hoje, do SOS Enchente, que contará com três mil servidores
municipais de sete secretarias percorrendo becos, ruas e avenidas dos dez
bairros atingidos pela cheia, além do centro.
*Tribuna do Norte
Enviado via E-mail a redação do Blog:
Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania – SEJUC
Coordenadoria Estadual de Defesa Civil – CEDEC
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