Radialista
F. Gomes foi morto em 2010, em Caicó
(Foto:
Sidney Silva/Cedida)
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Começa
na manhã desta quinta-feira (10/04/2014) em Caicó, na região Seridó potiguar, o júri
popular do comerciante Lailson Lopes. Mais conhecido como Gordo da Rodoviária,
ele é um dos acusados de envolvimento no assassinato do radialista potiguar
Francisco Gomes de Medeiros, de 46 anos. F. Gomes foi morto a tiros na noite de
18 de outubro de 2010 em frente da casa onde morava. Ele levou três tiros, foi
socorrido ao hospital mas não resistiu.
Segundo
o juiz Luiz Cândido de Andrade Villaça, o julgamento será realizado a partir
das 9h no Fórum Amaro Cavalcante, no Centro da cidade. O comerciante, que
possuía uma loja de celulares na cidade, nega ter qualquer envolvimento no
crime.
No
dia 6 de agosto do ano passado, também em júri popular realizado em Caicó, o
mototaxista João Francisco dos Santos, o Dão, foi condenado a cumprir 27 de
prisão em regime fechado pela morte do comunicador. Foi ele quem puxou o
gatilho. Já Lailson e outros quatro réus, que ainda aguardam julgamento, são
acusados de envolvimento no crime como mentores intelectuais, pois segundo
denúncia do Ministério Público, “ambos encomendaram a morte de F. Gomes”.
Além
do magistrado, participam do júri o promotor Geraldo Rufino de Araújo Júnior e
o advogado Janduí Fernandes, que atuam na acusação. O advogado Anesiano Ramos
fará a defesa do réu. O conselho de sentença é formado por sete jurados.
João
Francisco, o 'Dão', foi condenado pela morte
do
radialista (Foto: Divulgação/Polícia Civil do RN)
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O
mototaxista João Francisco dos Santos pegou pena base de 25 anos e seis meses
pelo assassinato. O juiz ainda acrescentou à pena um ano e meio pela resitência
à prisão, totalizando 27 anos de reclusão em regime fechado. Além disso, Dão
foi condenado a pagar R$ 300 mil à família de F. Gomes.
À
época, ao final do julgamento, o juiz Luiz Villaça avaliou como tranquilo o
júri. "O povo de Caicó, mais uma vez, deu provas de urbanidade e de
educação. O júri foi extremamente tranquilo. A meu ver, a sentença dada por mim
ao condenado corresponde ao que a população caicoense queria", falou ao
G1.
O
comerciante Lailson Lopes, que também deveria ter sido julgado em agosto do ano
passado, teve o júri cancelado porque a advogada Maria da Penha Batista de
Araújo abandonou a defesa do acusado logo após o início da audiência. A
advogada alegou foro íntimo para deixar o caso. Pela renúncia, ela foi multada
em 50 salários mínimos.
As denúncias
O
Gordo da Rodoviária e Dão foram denunciados, respectivamente, por autoria
intelectual e material do homicídio. O mototaxista, réu confesso, admitiu ter
puxado o gatilho. Já o comerciante, nega ter qualquer envolvimento no crime.
Preso
um dia após a morte do radialista, Dão cumpria mandado de prisão preventiva na
Penitenciária Estadual de Alcaçuz, para onde foi reconduzido ao final do júri.
Ele deixou o plenário do Fórum Amaro Cavalcante sem dar declarações à imprensa.
A
delegada Sheila Freitas, que concluiu as investigações, falou sobre o assassino
logo após finalizar o inquérito policial. Segundo ela, “Dão é um sociopata.
Para ele, matar é a coisa mais comum do mundo. Ele viu a mãe se morta pelo
padrasto quando criança. Daí essa frieza dele”.
Outros indiciados
Os
demais acusados – o advogado Rivaldo Dantas de Farias, o ex-pastor evangélico
Gilson Neudo Soares do Amaral, o tenente-coronel Marcos Antônio de Jesus
Moreira e o soldado da PM Evandro Medeiros - ainda aguardam sentença de
pronúncia, procedimento em que o juiz decidirá se eles também sentarão no banco
dos réus ou não. Todos negam.
O
tenente-coronel, o soldado e o advogado aguardam a sentença de pronúncia em
liberdade. O único que está preso é o ex-pastor, que cumpre pena por tráfico de
drogas em Pau dos Ferros.
O
soldado Evandro foi o único denunciado por homicídio simples - já que ele foi
apontado apenas como o guardião da arma usada para matar o radialista. Se for
levado a júri popular e condenado, sua pena pena pode variar de 6 a 20 anos de
cadeia. Para os outros (todos denunciados por homicídio triplamente
qualificado) a pena é mais rígida e vai de 12 a 30 anos de prisão.
Segundo
o promotor criminal Geraldo Rufino, foram levados em consideração três agravantes:
motivo fútil, emboscada e morte mediante promessa de recompensa.
Fonte
- Com informações do G1-RN
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