Apesar do avanço dos
blindados do Exército e da Marinha pelas favelas do complexo da Maré, na zona
norte do Rio, a rotina nas comunidades praticamente não mudou. Por enquanto não
ocorreram confrontos nem há registro de presos, e a única novidade é que
moradores se aglomeram perto dos tanques militares para fotografá-los.
"Arma a gente já viu muitas, é comum, mas tanque de guerra eu não
conhecia", afirmou uma moradora que se identificou apenas como Maria do
Carmo, de 47 anos.
Os primeiros tanques e
outros veículos militares que transportam os 2.500 agentes das Forças Armadas
que vão ocupar o conjunto de favelas da Maré, na zona norte do Rio, começam a
avançar para dentro das comunidades, onde moram 130 mil pessoas.
Na véspera da ocupação do
Complexo da Maré, na zona norte, pelas Forças Armadas, a Polícia Federal
apreendeu na sexta-feira, 04/04/2014, armas, munição e drogas transportadas em um
caminhão frigorífico, na Rodovia Presidente Dutra, altura de Nova Iguaçu, na
Baixada Fluminense. Investigação da PF indica que o carregamento, que saiu do
Paraná, seria distribuído em favelas que já têm Unidades de Polícia
Pacificadora (UPPs), como Jacarezinho, Manguinhos e Rocinha.
A intenção era reforçar o
poderio dos grupos responsáveis por ataques recentes a UPPs e que resistem à
pacificação da Maré. Na operação, foi preso o traficante Illan Nogueira de
Sales, o Capoeira. Foram apreendidos seis fuzis, 38 pistolas, munições,
carregadores e sete kits de rajada de pistola Glock, que aumentam o poder de
fogo da arma. O motorista do caminhão frigorífico teria recebido R$ 10 mil para
fazer o transporte.
Desde as primeiras horas
deste sábado, os militares se deslocaram de seus grupamentos para as imediações
do complexo, que tem 10 km2 de área e 130 mil habitantes e está ocupado pela
Polícia Militar desde o último domingo. Hoje a área será tomada por 2.500
homens das Forças Armadas - 2.050 membros da Brigada de Infantaria Paraquedista
do Exército e 450 fuzileiros navais da Marinha. Eles serão auxiliados por 200
policiais militares. A movimentação começou às 5 horas.
Fábio Motta/Estadão
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