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10-07-2011 *ANVISA DEFENDE REDUÇÃO DO TEOR DE IODO NO SAL BRASILEIRO

Brasília - Uma proposta para reduzir a quantidade de iodo no sal brasileiro foi colocada em consulta pública pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A medida, feita a pedido do Ministério da Saúde, é uma reação à mudança do hábito alimentar do brasileiro, que passou a usar mais o tempero em sua dieta. Com o maior consumo do sal, a quantia de iodo adicionada ao produto deve ser ajustada, defende o ministério.

alex fernadesResolução da Vigilância Sanitária, que será colocada em debate, prevê a redução de até 25% na adição de iodo no sal processado no BrasilResolução da Vigilância Sanitária, que será colocada em debate, prevê a redução de até 25% na adição de iodo no sal processado no Brasil
"A medida pretende reduzir o risco de uma ingestão excessiva de iodo, que, de acordo com estudos, pode levar à tireoidite de Hashimoto", afirmou a especialista em vigilância da Anvisa, Paula Ferreira. A doença ocorre por um erro no sistema imunológico. O organismo passa a atacar a tireoide, levando ao hipotireoidismo. Pacientes com o problema apresentam cansaço, ganho de peso e fadiga crônica.

O Ministério da Saúde calcula que o consumo médio de sal pelo brasileiro, incluindo alimentos processados e preparados fora de casa, é de 12 gramas - mais que o dobro do limite preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Para populações com esse perfil de consumo, a OMS recomenda que a quantidade de iodo adicionada ao sal deve variar entre 20 e 40 mg por quilo. Atualmente, a norma da Anvisa determina índice entre 20 e 60 mg. A proposta reduz para 15 a 45 mg.

A resolução deve ficar em consulta pública por 60 dias. Para Laura Ward, professora da Unicamp e diretora do Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, a proposta tem um princípio falho. "O ideal seria trabalhar para uma redução da ingestão de sal, não ajustar o teor de iodo", diz. "O consumo de sal no País é extremamente elevado, algo que precisa ser corrigido. Mas não há garantias de que em todas as regiões se faça uso excessivo."


Agência Estado

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