Por Emídio Sena/Gazeta do
Oeste
Sentença Julgamento realizado
no Fórum Desembargador Silveira Martins durou aproximadamente cinco horas; réu
foi condenado por cinco homicídios
Os sete jurados do Conselho de
Sentença do Tribunal do Júri Popular da Comarca de Mossoró condenaram o
réu Francisco Sales Fernandes, conhecido na região Oeste do Rio Grande do Norte
como "Negão da Serra", a 101 anos de reclusão em regime fechado.
Ele foi condenado pela prática
de cinco homicídios duplamente qualificados, crime ocorrido no dia 7 de
novembro de 2001, que teve como vítimas o então prefeito de Caraúbas, o médico
Aguinaldo Pereira da Silva, sua esposa Antônia Gurgel da Nóbrega Pereira, os
policiais militares Ronaldo Rafael da Silva e Cláudio Pereira do Nascimento,
que faziam a segurança do prefeito, e o caseiro Everlânio da Silva.
Durante o julgamento que durou
aproximadamente cinco horas e que ocorreu no Fórum Municipal Desembargador
Silveira Martins, em Mossoró, o juiz de Direito Vagnos Kelly Figueiredo de
Medeiros aplicou a dosimetria da penas para cada uma das cinco vítimas,
separadamente.
Pela morte do prefeito
Aguinaldo Pereira, o réu foi condenado a 21 anos; pelo assassinato de Antônia
Gurgel, o réu pegou mais 20 anos; além de outros 20 anos pelo homicídio de
Ronaldo Rafael; mais 20 anos pela morte de Cláudio Pereira; e outros 20 anos
pelo crime contra Everlânio da Silva, totalizando 101 anos de reclusão.
"Negão da Serra" é
um dos poucos acusados do crime que continua vivo. Atualmente, ele cumpre pena
no Presídio Aníbal Bruno, em Recife (PE).
Relembrando - O crime ocorreu
no dia 7 de novembro de 2001, quando as vítimas viajavam de Caraúbas com
destino a Mossoró. Já próximos da chegada, no Km 13 da RN 117, o Santana branco
pertencente ao prefeito foi interceptado por uma camioneta Ranger, com seis
homens fortemente armados, que abriram fogo contra o veículo das vítimas.
O policial Cláudio Pereira,
que dirigia o carro, foi o primeiro a ser atingido. Ele perdeu o controle do
carro e capotou várias vezes. Os bandidos, liderados por José Valdetário
Benevides Carneiro, fuzilaram o veículo, matando os ocupantes.
As investigações policiais
apontaram que, além de Valdetário, participaram da ação Francimar Fernandes
Carneiro, o "Cimar Carneiro", Francisco Clécio do Nascimento, Emerson
Carmona, José Maria Roque da Silva, o seu comparsa "Negão da Serra".
Valdetário e Cimar Carneiro
teriam ficado dentro do veículo, enquanto Clécio, Emerson Carmona e Negão da
Serra executavam as vítimas. As mortes resultaram de uma rixa antiga entre as
famílias Carneiro e Simeão (à qual pertencia Aguinaldo Pereira). Um irmão do
prefeito já havia sido assassinado pela quadrilha de Valdetário. Em abril de
2006, outro irmão de Aguinaldo, Elinaldo Simeão, foi executado. A mulher de
Valdetário, Aguinalda Fernandes Benevides, "Neta", foi condenada pela
autoria intelectual da morte de Elinaldo.
RÉU CONFESSO - "Negão da
Serra" foi preso na praia de Búzios, em Natal, semanas depois da chacina.
Em depoimento aos delegados que investigaram o caso, "Negão da Serra"
confessou a participação no crime e deu detalhes de como tudo aconteceu. De
acordo com ele, os bandidos ficaram aguardando a passagem do veículo do
prefeito em um trecho à margem da RN-117. Um informante da quadrilha avisou ao
grupo o momento em que Aguinaldo Pereira saiu de Caraúbas, onde havia
participado de uma solenidade da Companhia Energética do RN (COSERN). O
prefeito decidiu voltar a Mossoró para assistir o jogo da Seleção Brasileira de
Futebol.
Edição Cristiano Xavier
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