As principais características de
algumas unidades de conservação (UCs) brasileiras, como espécies que habitam o
local e biomas existentes, começaram a ser reunidas em uma página da internet criada pela organização não governamental (ONG) WWF
Brasil. Mesmo com a falta de dados de algumas regiões, o Observatório de
Unidades de Conservação, como foi batizado o projeto, já pode ser consultado por
qualquer pessoa.
O espaço virtual concentra dados como o
tamanho das unidades, mapas, fotos, principais ameaças, legislação e
informações sobre outros sistemas oficiais, como o monitoramento de chuvas ou o
Cadastro de Conservação, mantido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). Com o
sistema de busca, é possível organizar informações por estados, categoria (se é
parque nacional, reserva extrativista ou floresta estadual, por exemplo),
esfera (federal ou estadual) e grupo (proteção integral ou uso sustentável).
Para Giovanna Palazzi, do Departamento
de Áreas Protegidas do ministério, o banco de dados pode contribuir para o
mapeamento e o acompanhamento feitos pelo governo, que já cadastrou e validou,
tecnicamente, 1,7 mil unidades de conservação (UCs) do país. “Hoje temos 100%
das UCs federais, além de quase 95% das estaduais. Agora estamos entrando com
as informações municipais. A ideia é aprimorar o cadastro com esses outros
instrumentos criados por parceiros”.
Maria Cecília Wey de Brito, secretária
geral da WWF Brasil, acredita que, além de ser uma fonte atualizada de
informações, o observatório também vai funcionar como um instrumento de
cobrança de políticas e ações do Poder Público. “Para os tomadores de decisão,
a importância das UCs já deveria estar clara. Se não está, os dados mostram o
capital que o país tem, o que está faltando para fazer melhor e as ameaças [às
unidades]. Quando [o Poder Público] vê que só tem uma unidade em Mato Grosso do
Sul que conserva o que restou do Rio Paraná, não vai ter argumentos para,
naquele pedaço do rio, fazer uma obra”.
A representante da ONG acredita que as
autoridades brasileiras precisam rever conceitos de valor dessas unidades. Ela
lembra que, recentemente, a WWF precisou reunir estudos e promover debates para
garantir a preservação de uma área de restinga no litoral paulista que poderia
ter se transformado em mais uma área de exploração imobiliária.
Carolina Gonçalves
Repórter da
Agência Brasil
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