A
Federação Paulista de Futebol (FPF) decidiu ontem (26) proibir a entrada das
torcidas organizadas Mancha Alviverde (antiga Mancha Verde), do Palmeiras, e
Gaviões da Fiel, do Corinthians, nos estádios. A decisão, segundo a federação,
foi motivada por um pedido da Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes
Raciais e Delitos de Intolerância por causa do confronto no sábado (25)
envolvendo as duas organizadas, que provocou a morte do torcedor palmeirense
André Alves Lezo, de 21 anos. Seis torcedores feridos durante a briga foram
hospitalizados. Entre eles, um jovem de 19 anos, internado em estado grave na
unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital de Vila Cachoeirinha.
O
presidente da federação, Marco Polo Del Nero, disse que a proibição será
mantida até que os fatos sejam apurados e os responsáveis punidos. A resolução
entra em vigor a partir de ontem.
Lezo
foi enterrado esta tarde no Cemitério Jaraguá, em São Paulo. Ele foi baleado na
cabeça e encaminhado para o Hospital de Vila Cachoeirinha, mas não resistiu aos
ferimentos.
O
conflito envolvendo cerca de 300 torcedores do Palmeiras e do Corinthians
ocorreu pouco depois das 9h de ontem, na Avenida Inajar de Souza, zona norte da
capital paulista, antes do clássico entre as duas equipes, válido pelo
campeonato paulista, e distante do local do jogo, o Pacaembu, na zona oeste. O
caso foi registrado no 72º Distrito Policial e será investigado pela Delegacia
de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância.
O
promotor Thales César de Oliveira, coordenador do Plano de Ação de Jogos de
Futebol do Ministério Público Estadual, formado por 11 promotores, informou que
até quarta-feira (28) se reunirá com representantes da Federação Paulista de
futebol e demais envolvidos no caso, como policiais civis e militares, para
decidir que medidas podem ser adotadas para coibir esse tipo de conflito entre
torcidas organizadas.
É
a segunda morte de um torcedor envolvido em guerra de torcidas em menos de duas
semanas. Há dez dias, depois de uma confusão entre torcedores do Guarani e da
Ponte Preta, em Campinas, no interior paulista, Anderson Ferreira, de 28 anos,
torcedor do Guarani, foi espancado com barras de ferro e de madeira em frente
ao Estádio Brinco de Ouro, morrendo três dias depois.
Elaine
Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário