Júnior Santos
O governo do Estado tem uma prioridade para o uso dos recursos federais
da ordem de R$ 10 milhões, liberados pelo governo federal: a instalação dos
poços tubulares, perfurados até início de 2011 e que estão sem uso. Em todo o
Estado, 887 poços perfurados em 101 municípios não chegaram a ser instalados.
Ou seja, não receberam os equipamentos - catavento, geradores e bombas - para a
captação da água.
Segundo o secretário estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Gilberto Jales, essa utilização será possível se o recurso, cuja autorização de empenho e repasse foi publicada no Diário Oficial da União do dia 24 de maio (edição nº 100), for transferido diretamente para o Estado. "Se o Estado for o gestor do recurso, vamos investir na instalação dos poços, que é a ação mais imediata para resolver o problema da escassez de água", explicou Jales.
Segundo cálculos do governo do Estado a
instalação dos 887 poços custaria em torno de R$ 14 milhões, por isso o governo
deve priorizar os poços localizados em municípios de emergência e de uso
comunitário. O titular da Semarh ressaltou que a portaria 284 não deixa claro
se o recurso será transferido ao para o governo estadual ou se às prefeituras
municipais. Apesar disso, o titular da Semarh apresentou, no final da tarde de
ontem, a intenção do governo ao Comitê Integrado da Seca, durante reunião
ordinária.
Jales confirmou que, para esclarecer
sobre a forma de transferência e aplicação desses recursos, o secretário
nacional de Defesa Civil, Humberto Viana, convocou representantes dos
governos estaduais do Nordeste e do estado de Minas Gerais para uma reunião,
que acontece amanhã, na sede da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São
Francisco - Codevasp, em Brasília.
Do governo do RN, foram
convocados o titular da Semarh e o coordenador da Defesa Civil, tenente-coronel
Josenildo Acioli. Os municípios de Caicó, Santana do Seridó e Pau dos Ferros
são os que possui maior número de poços perfurados e não instalados. Nos dos primeiros
são 27; e no terceiro, 25. Em São Tomé, entre os dias 13 e 19 de maio, doze
poços foram perfurados, mas ficaram sem instalação. Quem mora na zona rural
reclama.
"Se os poços perfurados estivessem
funcionando amenizava muito a falta de água", disse um dos moradores da
localidade de Mulungu em Lajes, Francisco Neto, 20 anos, ao retirar água para
os animais. Outros municípios que lideram o ranking são: Tenente Laurentino e
Sítio Novo, com 21; Tangará, lajes, Jardim de Piranhas e Jardim do Seridó, com
20.
Pela portaria, os recursos podem ser
utilizados na execução de ações de socorro, restabelecimento de serviços
essenciais e assistência às vítimas da estiagem. O repasse será feito em
parcela única, com prazo de 365 dias para execução das obras e serviços, constantes
do Plano de Trabalho.
Na mesma edição do dia 24 de maio, o
Ministério da Integração Nacional também liberou recursos, de igual valor, para
os estados da Paraíba, Sergipe, Ceará, pernambuco e Minas Gerais. No caso do
Rio Grande do Norte o Ministério da Integração Nacional também autorizou um
outro empenho e repasse no valor de R$ 2,368 milhões, um recurso que já era
aguardado pela Semarh de acordo com Plano de Trabalho, encaminhado ao Ministério.
Diante da urgência na execução das
obras, o Ministério liberou, na data de ontem, a antecipação da primeira das
quatro parcelas no valor de R$ 592,1 mil. Os recursos serão destinados, segundo
Jales, para recuperação de 140 poços tubulares já em atividade. Para municípios
que possuem poços que apresentam água salgada, o governo fará instalação de
dessalinizadores.
R$ 25 milhões serão para obra de
adutora
Com recursos da ordem de R$ 25 milhões,
o governo do Estado retomará a construção dos 366 quilômetros de adutora,
a partir das barragens de Santa Cruz do Apodi e do Açude de Pau dos Ferros. As
obras paralisadas desde 2010 e levarão, quando concluídas, água potável para
mais de 200 mil pessoas em diversos municípios da região Oeste do Rio Grande do
Norte. A ordem de serviço foi assinada na sexta-feira passada.
Segundo o titular da Semarh, Gilberto
Jales, para ter a garantia do andamento da obra, o Governo do Estado aportou
recursos próprios no valor de R$ 8,8 milhões, para o pagamento de débitos anteriores
com a construtora. Por isso, segundo Jales, o Governo assume o
compromisso de retomar e finalizar a obra. Desde novembro do ano passado,
cidades como Luís Gomes e Antônio Martins recorrem ao abastecimento por carros pipas.
"Já fizemos o depósito de R$ 15
milhões na conta da construtora responsável pela obra, o que nos dá ainda mais
confiança no cumprimento do prazo de 12 meses para finalização dos
trabalhos", explicou o secretário. A Adutora Alto Oeste é composta de dois
sistemas independentes, que juntos vão beneficiar 23 municípios e 66
comunidades rurais na bacia do Alto e Médio Apodi.
Além dessa adutora, o governo está
investindo R$ 4,8 milhões para construção de adutoras até às comunidades de
Lajinha, Palma e Barra da Espingarda, no município de Caicó, beneficiando 1.350
pessoas. Na rede de distribuição (dutos que levam água do sistema adutor até as
residências), o governo investirá R$ 670 mil, oriundos de empréstimo ao
Banco Mundial pelo Programa Semiárido Potiguar (PSP).
Mananciais
Os grandes reservatórios de água do Estado estão suportando bem a estiagem, segundo o chefe do Serviço Técnico da Coordenadoria Estadual do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS, João Guilherme de Souza Neto. Segundo ele, mananciais como a Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, Gargalheiras e Itans e estão sendo monitorados e, no mento, não preocupam.
Os grandes reservatórios de água do Estado estão suportando bem a estiagem, segundo o chefe do Serviço Técnico da Coordenadoria Estadual do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS, João Guilherme de Souza Neto. Segundo ele, mananciais como a Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, Gargalheiras e Itans e estão sendo monitorados e, no mento, não preocupam.
Especificamente, no caso da barragem
Armando Ribeiro Gonçalves, a lâmina de água cai entre 1 e 1,5 ao dia. A reserva
está em 72,56% da capacidade, ou seja 1,741 milhão, dos 2,54 bilhões.
Por isso, segundo João Guilherme, o
Dnocs não planeja reduzir a vazão. "No momento, o volume de água é
suficiente para a demanda do Vale do Assu. Vamos manter a vazão necessária para
cobrir o abastecimento humano e atender as atividades nas jusantes da
barragem", disse, tranquilizando a população e vazanteiros.
Margareth
Grilo - repórter especial
*TN
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