CONDIÇÕES
DE ESTIAGEM DEVEM CONTINUAR NA MAIOR PARTE DA REGIÃO NORDESTE
A persistência de águas
superficiais mais frias que o normal nas áreas equatoriais e tropicais do
Atlântico continua indicando que o setor leste da Região Nordeste também terá
seu período chuvoso comprometido, inclusive com menor freqüência de aglomerados
de nuvens que se formam sobre áreas oceânicas e favorecem a ocorrência de chuva
neste período do ano.
PREVISÃO: Chuva entre
as categorias normais e abaixo da normal climatológica no setor leste da Região
(faixa continental de 100 até 150 km que
adentra o Litoral). Nas demais áreas, a previsão indica
comportamento climatológico, com igual probabilidade para as três categorias.
Temperaturas: indica valores em
torno da normal climatológica na maior parte da Região.
25% Acima, 40% normal, 35% Abaixo.
Sumário
Executivo
A Zona de Convergência Intertropical
(ZCIT) atuou ao norte de sua posição climatológica, ocasionado um déficit
pluviométrico de até 300 mm no norte do Nordeste, durante abril de 2012. Este
sistema é o principal mecanismo responsável pela qualidade da estação chuvosa
no setor norte da Região Nordeste. Por outro lado, as chuvas excederam os
valores históricos em áreas da Região Norte, especialmente no norte do Amazonas
e em Roraima, com inundações de alguns dos principais rios. No centro-sul do
Brasil, as chuvas também excederam a média histórica, com exceção do Rio Grande
do Sul, onde as chuvas continuaram ocorrendo abaixo dos valores climatológicos.
No setor leste do Oceano
Pacífico, as anomalias da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) evoluíram
rapidamente de valores negativos no início deste ano para valores positivos que
excederam 2ºC próximo à costa do Equador em abril passado. Estas anomalias
positivas também já são observadas nas camadas subsuperficiais deste setor do
Pacífico. Estas alterações sinalizam uma possível transição entre as fases fria
e quente do fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENOS). As oscilações intrassazonais
continuam bem marcadas nos oceanos Índico e Pacífico e também contribuíram para
a diminuição das chuvas, em particular sobre o Nordeste do Brasil, durante a
primeira quinzena de abril.
As alterações notadas nos
campos oceânicos e atmosféricos globais, em conjunto com a indicação da maioria
dos modelos de previsão climática, sugerem a persistência de condições de
estiagem em grande parte da Região Nordeste. É importante mencionar que as
expectativas de chuvas são mais reduzidas para o semiárido nordestino em função
do estabelecimento do período climatológico de estiagem, ou seja, da estação
mais seca do ano.
Sistemas Meteorológicos e Ocorrências Significativas no Brasil em Abril
de 2012.
Abril terminou com
predominância de chuvas abaixo da média histórica na maior parte do Brasil, com
exceção de algumas áreas no Amazonas, onde a ocorrência de chuvas mais intensas
causou a elevação dos principais rios, e no centro-sul do Brasil, em particular
no sul do Mato Grosso do Sul, em São Paulo e no Paraná, onde houve maior
atuação de sistemas frontais em conjunto com a passagem de perturbações na
média e alta troposfera. No dia 30, a altura máxima do Rio Negro, no Amazonas,
atingiu 29,20 m, aproximando-se do maior valor que este rio atingiu em julho de
2009 (29,77 m) (Fonte: ANA e Porto de Manaus). Este valor continuou a subir no
mês subsequente, caracterizando uma das maiores enchentes desde o início dos
registros do nível do Rio Negro, em Manaus. Destacaram-se as chuvas diárias
registradas em Castro-PR (91,2 mm, no dia 11), Porto de Moz-PA (108,2 mm, no
dia 16), Pedro Afonso-TO (96,8 mm, no dia 22), Itacoatiara-AM (139,6 mm, no dia
24) e em Caracaraí-RR (94 mm, no dia 29), segundo dados do INMET.
REGIÃO NORDESTE
Climatologia: Neste
trimestre, a costa leste do Nordeste apresenta o período mais chuvoso do ano.
Os distúrbios ondulatórios de leste são os responsáveis pela formação de aglomerados
de nuvens que causam chuvas, às vezes intensas, no litoral leste da Região,
entre o Rio Grande do Norte e a Bahia. Devido à intensificação dos ventos
alísios é normal a partir do mês de agosto a ocorrência de ressacas no litoral
leste da Região. Os valores médios de precipitação que variam de 400 a 980mm no
litoral. No semi-árido os valores mínimos caem muito abaixo de 100mm, a exemplo
de Picos - Pi, que soma no trimestre 16.9mm e Caracol-Pi com 5.1mm; No agreste
chega até 300mm. As temperaturas variam entre 24ºC e 34ºC, a máxima, e entre
14ºC e 22ºC, a mínima.
Os valores de
temperaturas mínimas podem chegar a valores inferiores a 10ºC nas áreas serranas,
principalmente da Bahia.
Enviado Via E-mail p/ Redação do Blog Emidio Sena
INMET/MAPA 3º Disme Recife/PE.
Recife, 28 de maio de
2012.
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