(ANTÔNIO MARTINS-RN, 03/08/2011)
O TEMPO E O HOMEM
O tempo e leão faminto
Rosnando perto de mim
Roubou minha mocidade
Me deixou tristonho assim
Levou tudo que era bom
Deixou tudo de ruim
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As flores do meu jardim
As suas pétulas mucharam
Da minha infância querida
Só as lembranças ficaram
Sem ter como eu impedir
Os anos por mim passaram
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As saudades em mim ficaram
Como ruga e cicatriz
Retrato de um passado
A onde eu fui feliz
Presente que denuncia
Algo de bom que eu fiz
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O passado não tem bis
Pois o tempo é implacável
Faz com que o homem fique
De uma forma vulnerável
O tempo é sem piedade
Pois só ele é formidável
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O tempo é inevitável
Nessa sua caminhada
Por mais que agente tente
Ele encurta a nossa estrada
Minando nossa estrutura
Até nos tornar em nada
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Da sua vil emboscada
O homem não tem saída
Essa luta desigual
Sempre por ele é vencida
Por mais que o homem lute
Essa batalha é perdida
*****
O tempo é um homicida
Que o Tribunal não condena
Porque do sofrer do homem
Ele nunca teve pena
Da criança ao ancião
Executa em sua arena
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Ele é quem dirige a sena
Do teatro universal
Protagoniza o Roteiro
Seja do bem o do mal
Porque no seu julgamento
Todo erro é capital
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O tempo é vertical
Pra subir ou prá descer
É quem comanda as ações
Que o homem pensar em fazer
Por mais que o homem tente
Tudo está no seu querer
*****
Por isso eu quis escrever
O tempo com sua ação
No universo da rima
Fui buscar inspiração
Percorri várias galáxias
Não achei explicação
Por Davi Calisto
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