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09-11-2011 *A VERDADE OU A MENTIRA: UMA QUESTÃO DE CONVENIÊNCIA?

Por Yáscara Campos
  Blog Emídio Sena

Vivemos em um mundo globalizado e conectado com os mais diferentes tipos de mídias e recursos tecnológicos que nos permitem analisar historicamente a transformação e/ou perda de valores do homem na convivência social. A luta impetuosa e sagaz pelo sucesso profissional e pessoal tem levado a humanidade a construção de indivíduos cada vez mais descomprometidos com a verdade, outrossim, submersos em ideais que ascendem atitudes mentirosas, c com os discursos demagógicos sobre ética, respeito e humanidade.


Diante o impasse mencionado sobre a bipolaridade que envolve a questão da verdade e mentira em nosso cotidiano é pertinente refletirmos se tais práticas relacionam-se a situações de conveniência, já que a expressão “para toda regra existe uma exceção” tem ganhado força nas diversas esferas da vida humana. Os princípios estão se adequando às situações.

Façamos agora uma reflexão sobre situações que justificam a afirmação acima: Assistimos diariamente na televisão a divulgação de escândalos na política nacional, desvendando as fraudes e desvios de dinheiro público. Esse capital que é oriundo do pagamento de impostos de milhões de brasileiros deveria ser utilizado em prol da melhoria da saúde, segurança, educação e cultura do país – que por sinal, nestes segmentos apontados encontra-se num índice de defasagem surpreendente.

Os nossos políticos, em seus discursos belissimamente elaborados, tentam ludibriar o povo com números, propagandas de autopromoção pessoal e até mesmo plataformas de governos grandiosas, ou seja, promessas que na prática são geralmente esquecidas. Em um país que precisa-se de uma “lei para ficha limpa” não pode orgulhar-se “das verdades ditas sobre os palanques”.

Saindo do cenário político também vemos no campo profissional uma carência exorbitante de verdades concretas. Existe um déficit sem precedentes de compromisso, solidariedade humana, profissionalismo e ética. Muitos são os profissionais dos mais diversos setores da sociedade que em seus juramentos prometem uma dedicação e comprometimento na execução de suas atividades. Entretanto, o que mais se vê é o desrespeito com o cidadão que busca os serviços públicos (ou privados). O médico quer ganhar mais, porém rompe com o seu juramento quando nega-se a atender os doentes nas filas dos hospitais. Afinal, o que é uma urgência? Qual o preço de uma vida?

Por que dizer que o professor é valorizado, se condições mínimas de trabalho lhes são negadas, se até a merenda escolar é alegada (aliás, proibida)?! Por que dizer que a educação é prioridade, se vemos tantos analfabetos funcionais em nosso país? Finalmente, a alfabetização está fadada a decodificação de signos lingüísticos?

Uma análise genérica nos dá uma dimensão inimaginável da quantidade de balelas que são blasfemadas por aí. Existe respeito com os negros, no entanto, ainda precisamos das cotas; temos uma liberdade sexual, mas milhares de homossexuais continuam a ser condenados e mortos na sociedade. TEMOS DEMOCRACIA, e, sobretudo uma DEMOCRACIA TORTUOSA, QUE CAMINHA A PASSOS DE FORMIGA. Portanto, as nossas verdades também são fraudulentas e a cada momento se desvelam, mostrando-se como mentiras, máscaras para esconder a parte suja que nos destrói.

Yáscara Campos
Professora de História e Língua Portuguesa

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