Com as informações da Agência
Brasil
A ministra do Desenvolvimento
Social, Tereza Campello, contestou hoje (2) o resultado do relatório Fundo das
Nações Unidas para a Infância (Unicef) sobre a situação dos adolescentes no
Brasil. Segundo ela, a população de adolescentes extremamente pobre no Brasil
diminuiu, o contrário dos dados da Unicef. “Temos hoje menos jovens entre 12
anos e 17 anos pobres e extremamente pobres do que tínhamos em 2004”.
O relatório Situação da
Adolescência Brasileira 2011, divulgado na última quarta-feira (30) pelo Unicef
aponta o crescimento do percentual de adolescentes brasileiros de 12 anos a 17
anos que vivem em famílias de extrema pobreza (até um quarto de salário mínimo
per capita). Segundo o documento, entre 2004 e 2009, o percentual passou de
16,3% para 17,6%. No mesmo período, a situação de extrema pobreza da população
em geral caiu de 12,4% para 11,9%.
Os dados apresentados pela
ministra demonstram que a população de adolescente extremamente pobre caiu de
aproximadamente 11,5%, em 2004, para 7,6%, em 2009. Significa que quantidade de
adolescentes nessas condições passou de 6,58 mil para 4,44 mil. “Tivemos uma
melhora no perfil de renda dos jovens, das crianças muito importante.”
Segundo Tereza Campello, houve
um erro metodológico no relatório do Unicef, que usou o salário mínimo para
fazer os cálculos. Para a ministra, o salário mínimo não pode ser usado como
indexador para saber a variação de renda porque ele cresceu acima da inflação.
“A medida que o salário mínimo cresce e você o usa como indexador, acaba
errando a conta. Temos de usar o indexador de preços, como o INPC.”
Além disso, de acordo com o
secretário executivo do MDS, Rômulo Paes, o governo federal considera pobre a
pessoa que ganha menos de R$ 140, enquanto para o Unicef é R$ 128,50. “A
percepção do governo brasileiro é que a tendência observada no estudo do Unicef
não é consistente”.
Paes disse ainda que o MDS
entrou em contato com o Unicef para reparar o erro. Por isso, no próximo dia 8,
haverá uma reunião entre os dois órgãos para avaliar os resultados divulgados.
“É importante que as agências internacionais adotem a metodologia correta.
Queremos reforçar nossa parceria e não estabelecer uma competição de quem tem o
melhor dado.”
Ainda consta que a AgênciaBrasil ligou para o Unicef, mas não conseguiu contato.
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