Com as informações da Agência
Brasil
O servidor público que recebe
pagamento em conta-salário poderá, a partir de hoje (2), pedir a transferência
automática do dinheiro para o banco que escolher. Esses trabalhadores foram os
últimos a ter acesso ao benefício, uma vez que os da iniciativa privada têm
esse direito desde 2009.
Com o prazo maior para a
entrada em vigor do benefício ao funcionalismo público, os estados e municípios
puderam oferecer por mais tempo o atrativo dos pagamentos aos servidores na
hora de leiloar as folhas às instituições financeiras.
A conta-salário é diferente da
conta-corrente por ser destinada ao pagamento de salários, aposentadorias e
pensões e por se tratar de um contrato firmado entre a instituição financeira e
a empresa empregadora e não entre o banco e o empregado. Na conta-salário, o
cliente não tem direito a talão de cheques e não pode receber outros depósitos
além do salário. No site do Banco Central (BC), há uma série de perguntas e
respostas sobre a conta-salário.
A instituição que processa o
maior número de folhas de pagamento de servidores públicos no país é o Banco do
Brasil (BB). Segundo o diretor de Clientes Pessoa Física do BB, Sérgio Nazaré,
são 1,516 milhão de servidores federais,
o que representa 71% dos pagamentos a esses trabalhadores. No caso dos
servidores estaduais, são 3,104 milhões (59%), e dos municipais, o número chega
a 2,058 milhões (27%).
O diretor do BB disse que o
banco não espera perder clientes com a nova regra que vigora em 2012. Segundo
ele, a instituição tem investido em estratégias não somente para manter, mas
também para aumentar o número de clientes. Desde 2009 está sendo ampliada a
rede de atendimento, são trocados equipamentos de autoatendimento para garantir
maior velocidade e são ofertados aos clientes produtos e serviços customizados.
“Há um reforço na estrutura de relacionamento”, disse. Ele lembrou que
servidores federais têm livre opção bancária por decisão do Ministério do
Planejamento e, mesmo assim, não houve redução de clientes nesse segmento.
De acordo com o Ministério do
Planejamento, os servidores públicos federais sempre puderam escolher o banco
onde querem receber o salário. A maior concentração de pagamentos está no BB,
com 76,41% - cerca de R$ 4,9 bilhões - do total de pagamentos a servidores
ativos e aposentados feitos em outubro deste ano. Em seguida vêm a Caixa, com
12,65% (R$ 825 milhões), o Banco de Brasília (BRB) – 4,01% ou R$ 261,5
milhões), o Itaú (2,79% - R$ 182,3 milhões) e o Bradesco (1,31% - R$ 85,8
milhões). Além dessas cinco, outras instituições financeiras também fazem os
pagamentos mas, segundo o ministério, formam um percentual pequeno na preferência
dos servidores.
Em nota, o Banco Itaú não
informou o número de servidores públicos (federais, estaduais e municipais) que
têm conta-salário e disse que apoia a portabilidade, que é um legítimo direito
do trabalhador. O Bradesco informou apenas que paga salários de 2 milhões de
servidores em todo o país. A Caixa, por meio da assessoria de imprensa, disse
que prefere não se pronunciar sobre o assunto “por uma questão estratégica”.
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