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29-03-2012 *PREVISÃO PARA O TRIMESTRE AMJ- 2012 REGIÃO NORDESTE

VERÃO TERMINA COM OCORRÊNCIA DE CHUVA ABAIXO DA NORMAL NA MAIOR PARTE DO BRASIL
     
A chuva abaixo da normal climatológica na maior parte do Brasil, especialmente na primeira quinzena de fevereiro e no início de março, marcaram o término do verão 2011/2012. A exceção ocorreu nos setores norte e oeste da Região Norte, onde choveu acima da normal climatológica. Outro destaque foi o surgimento de águas superficiais mais quentes que o normal no setor leste do Pacífico Equatorial, como resultado do enfraquecimento gradual do fenômeno La Niña.

Previsão
Chuva: entre a categoria normal e abaixo da normal climatológica no norte e parte do setor leste da Região. Nas demais áreas, a previsão indica comportamento climatológico, com igual probabilidade para as três categorias. Ainda persiste grande irregularidade na distribuição da chuva no decorrer deste trimestre, com as seguintes categorias de probabilidades: 25% acima, 45% normal e 30% abaixo. Adverte-se que não está descartada a possibilidade de ocorrência de chuva de intensidade moderada a forte, com alta variabilidade temporal e espacial em áreas da Região
Temperatura - em torno da normal climatológica.

SUMÁRIO EXECUTIVO
           
A predominância da situação de estiagem na grande área central do Brasil, especialmente no decorrer da primeira quinzena de fevereiro, foi associada ao deslocamento para oeste dos vórtices ciclônicos nos altos níveis da atmosfera (efeito local) e a condições de bloqueio no escoamento atmosférico nos oceanos Pacífico e Atlântico Sul (efeito remoto). A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) atuou ao norte de sua posição climatológica no início de fevereiro, explicando parte do déficit pluviométrico observado no setor norte da Região Nordeste, que se encontra no seu período climatológico para a ocorrência de chuva.

Anomalias positivas da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) no setor leste do Pacífico Equatorial confirmam o enfraquecimento do fenômeno La Niña, cujo término está previsto para meados de 2012. Estas anomalias também estiveram associadas ao enfraquecimento dos ventos alísios próximos á costa oeste da América do Sul. É importante mencionar que o sinal desfavorável da Oscilação Madden-Julian (OMJ), notado entre final de fevereiro e início de março, também contribuiu para a escassez de chuva na maior parte das Regiões Nordeste e Sudeste do Brasil.

O resultado da maioria dos modelos de previsão climática continuou mostrando chuvas na categoria abaixo da normal na maior parte do Nordeste do Brasil. Contudo, a grande variabilidade temporal nas condições oceânicas da região do Atlântico Tropical aumentou o grau de incerteza dos prognósticos de chuva para o trimestre que inicia em abril e termina em junho de 2012 (AMJ/2012). Por esta razão, a previsão climática de consenso para o trimestre abril a junho de 2012 (AMJ/2012) indicou maior probabilidade de chuva na categoria normal a abaixo da normal climatológica (75%) para o norte do Nordeste e variando de normal a ligeiramente acima da faixa normal (75%) para o leste da Região, onde o principal período chuvoso iniciará no próximo mês de abril, a previsão aponta para uma maior probabilidade (45%) de ocorrência de chuva na categoria normal.

SISTEMAS METEOROLÓGICOS E OCORRÊNCIAS SIGNIFICATIVAS NO BRASIL EM FEVEREIRO DE 2011
http://infoclima1.cptec.inpe.br/~rinfo/infoclima/img/transp.gif1- Sistemas Meteorológicos e Ocorrências Significativas no Brasil em Fevereiro de  2012.
As chuvas ocorreram abaixo dos valores médios históricos na maior parte do Brasil, principalmente durante a primeira quinzena de fevereiro de 2012. A atuação da ZCIT ao sul de sua posição climatológica foi notada em algumas pêntadas de fevereiro, em conjunto com a formação de Linhas de Instabilidade (LIs), contribuindo para a ocorrência de chuvas mais acentuadas entre o norte do Maranhão e o Rio Grande do Norte. Em alguns dias, os totais diários de precipitação excederam 100 mm, conforme os registros do INMET para as cidades de São Luís-MA (108,3 mm, no dia 18), Soure-PA (106,4 mm, no dia 18) e Jaguaruana-CE (115,1 mm, no dia 26). Os acumulados diários de chuva também foram acentuados em Unaí-MG (111,4 mm, no dia 02), Rio Branco-AC (119,8 mm, no dia 04), Rio Verde-GO (103,2 mm, no dia 12) e Macapá-AP (129,5 mm, no dia 13), segundo dados do INMET. Com o aumento do número de dias sem chuva, as temperaturas máximas excederam os correspondentes valores climatológicos especialmente nas Regiões Nordeste, Sudeste e Sul e no sudoeste do Mato Gross do Sul, onde as anomalias positivas passaram de 3ºC. O aumento do calor e a elevada umidade em alguns dias favoreceram os temporais seguidos por rajadas de vento e precipitação na forma de granizo em várias cidades de São Paulo. As rajadas de ventos atingiram 79 km/h em Guarulhos-SP, no dia 08, e 80,2 km/h em Goiânia-GO, no dia 09.

REGIÃO NORDESTE

Climatologia: No trimestre AMJ, é caracterizada pelo aumento das chuvas no leste e continuidade no extremo norte da região e redução a partir da segunda quinzena de maio no semi-árido. Na costa leste, é normal a ocorrência de pancadas de chuva moderadas a fortes, associados à propagações de distúrbios de Leste.

Ressalta-se que a chuva no semi-árido é caracterizada por uma alta irregularidade na distribuição espacial e temporal, com ocorrência de veranicos (de 5 ou mais dias sem ocorrência de chuva).

Em abril, os valores máximos de precipitação oscilam entre 300 mm e 420mm no centro e norte do Maranhão, norte do Piauí, do Ceará e leste dos Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco; valores inferiores a 40mm ocorrem no centro da Bahia. Em maio, os valores máximos de precipitação oscilam entre 300mm e 360mm no norte do Maranhão e leste dos Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco; valores inferiores a 10mm ocorrem no sudeste do Maranhão, sul do Piauí, sudoeste de Pernambuco, oeste e noroeste da Bahia. Em junho, os valores máximos ocorrem no leste do Rio Grande do Norte, da Paraíba, de Pernambuco e litoral de Alagoas e oscilam entre 240 mm e 400mm; valores inferiores a 10mm ocorrem no Piauí, sudoeste do Ceará, oeste de Pernambuco e centro e oeste da Bahia.


Temperatura

Outra característica dessa estação é a diminuição nas temperaturas mínimas em toda a região com declínio mais acentuado no final da estação.


Em abril, os valores máximos acima de 33ºC, ocorrem no centro do Piauí, sul do Ceará, centro e oeste do Rio Grande do Norte e oeste de Pernambuco. Em maio, os valores máximos acima de 33ºC, ocorrem no centro do Piauí, centro e sudoeste do Ceará e oeste do Rio Grande do Norte e Pernambuco. Em junho, os máximos acima de 33ºC ocorrem no centro e norte do Piauí e oeste dos Estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco.

Os valores mínimos para o trimestre ocorrem de 15ºC a 18ºC, nas regiões serranas dos Estados do Piauí, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Bahia, podendo chegar até 12ºC em localidades isoladas nas regiões serranas da Bahia. 



INMET/MAPA 3º RECIFE/PE
Recife, 26 de março de 2011

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