A escalada da violência no Rio Grande
do Norte, comprovada com o aumento do número de homicídios no Estado, cuja
média diária entre janeiro e março superou em 50% o mesmo período do ano
passado, tem como um dos agentes causadores o tráfico de drogas. Mesmo sem
saber ao certo quantos inquéritos tramitam atualmente, a Delegacia Geral de
Polícia Civil afirma que a maioria das mortes violentas no Estado tem ligação
com o comércio ilegal de entorpecentes. Para os usuários que sobrevivem às
tentativas de assassinato em decorrência das dívidas herdadas pelo vício, resta
enfrentar outro problema quando decidem lutar contra as drogas: a falta de
estrutura nos Centros de Apoio Psicossocial (Caps) mantidos pelas Prefeituras
Municipais e a falta de clínicas públicas de desintoxicação no Estado.
A ampliação das unidades de
atendimento em Natal, pelo menos, deverá ser contemplada através do programa
federal “Crack, é possível vencer”, do qual a Prefeitura de Natal e o Governo
do Estado são signatários. Foram garantidos, de acordo com Marluce Ribeiro,
coordenadora do Núcleo de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde, R$
21,3 milhões que deverão ser investidos na construção de duas ‘Casas de
Acolhimento’ para abrigar viciados em processo de tratamento de médio e longo
prazo, além de mais dois Caps AD, sendo um na zona Oeste e outro na zona Sul de
Natal. A previsão é de que as unidades entrem em funcionamento até o final de
2013.
“Iremos priorizar a implantação
ainda este ano das Casas de Acolhimento nas zonas Sul e Oeste, que ainda não
dispõem de Caps AD”, destacou Marluce Ribeiro. Além disso, ela afirmou que os
recursos deverão contemplar melhorias no Centro de Apoio Psicossocial destinado
ao público infanto-juvenil, localizado na Avenida Capitão Mor Gouveia, no
bairro Nazaré. Além dos Caps, o Município conta com o HapPad, uma instituição
filantrópica que funciona no Conjunto Pirangi com o mesmo perfil de tratamento
disponibilizado nos Caps Álcool e Drogas.
Marluce Ribeiro esclareceu que,
em tais Centros, o público que procura atendimento é acolhido e acompanhado por
uma equipe multiprofissional. No único Caps AD III em Natal, que disponibiliza
internação, as equipes trabalham com redução de danos e não o tratamento da
abstinência em si. Diferente de que o que se usualmente imagina, de acordo com
Marluce Ribeiro, o maior número de internações ocorre devido ao vício em
álcool. “Que é uma porta para drogas mais pesadas como o crack”, enfatizou a
coordenadora.
Consultório de rua
Há quase dois anos, a Secretaria
Municipal de Saúde iniciou um projeto chamado ‘Consultório de Rua’. Em dias
específicos, das 17h às 21h, equipes formadas por enfermeiro, assistente
social, redutor de danos, musicoterapeuta e psicólogo, se dirigem às Avenidas
Deodoro e Prudente de Morais, nas quais foram detectados os maiores números de
moradores de rua na capital, para realizar atendimentos médicos e orientá-los
quanto aos riscos do consumo abusivo de drogas.
Fonte: TN
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