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19-12-2011 *ENSINO TÉCNICO AMPLIA VAGAS NO RN


O ensino médio em um centro federal de ensino técnico era, bem pouco tempo atrás, sinônimo de concorrência acirrada e comemoração para poucos alunos da rede pública - e de alívio ao bolso de alguns pais - que conseguiam assegurar ensino de qualidade e gratuito.  Nos últimos anos, o programa de expansão da rede federal de ensino profissionalizante não só mudou o nome e atribuições dos centros - aqui, de antigo Cefet para Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) - como facilitou o acesso, promovendo mudanças na economia dos municípios e abrindo perspectivas para a população.


No Rio Grande do Norte, o salto em seis anos foi de dois campi, um em Natal e outro em Mossoró, para quinze - num processo de interiorização. A ampliação representa um investimento superior a R$ 100 milhões, se considerarmos a média de investimento por unidade de R$ 8 milhões.

Na terceira fase do plano de expansão, a meta é implantar outros três novos campi nas cidades de Ceará-Mirim, Canguaretama e São Paulo do Potengi, com capacidade para 1,2 mil alunos, cada, com cursos nas  áreas de informação e comunicação, turismo, meio ambiente e infraestrutura. O investimento por unidade será de R$ 10 milhões, oriundos de recursos federais repassados pelo Ministério da Educação (Mec), sendo R$ 7,2 milhões para obras e R$ 2,8 milhões para equipamentos e mobiliários.

As obras estão em fase de licitação com previsão de início em janeiro de 2012 e conclusão em junho de 2013. "A nossa expectativa é de que esses Campi iniciem suas atividades no segundo semestre de 2013", observa o reitor do Instituto Federal do Rio Grande do Norte Belchior Rocha.

A quantidade de alunos que concluem cursos técnicos e superiores no IFRN tem aumentado gradativamente. Para se ter ideia, em 2001 apenas 579 alunos se formaram, sendo 526 em cursos técnicos e 53 em cursos superiores. Em 2010, o quantitativo de alunos que concluíram seus cursos saltou para 1.670, sendo 1.063 em cursos técnicos e 607 em cursos superiores. A previsão de conclusão para 2011 é de 2.693 alunos, entre cursos técnicos e superiores. A partir de 2012, com o início do ensino à distância haverá aumento substancial. "Quando todos os Campi (18) estiverem em pleno funcionamento na plenitude de suas capacidades serão, aproximadamente, cinco mil alunos formados por ano, em nível técnico, superior e pós-graduação", afirma o reitor.

Paralelo ao crescimento da estrutura física, um concurso público para contratação de 93 professores em diversas áreas de atuação, está em curso. "Trabalhamos ainda com o remanejamento de profissionais. A partir da necessidade, serão feitos outros concursos", afirma o reitor. O prazo de inscrição segue até o dia 1º de janeiro de 2012, com prova escrita prevista para o dia 29 de janeiro.

Hoje existem matriculados no IFRN 14.449 estudantes, divididos em 35 cursos técnicos (integrados e subsequentes), 22 cursos superior (graduação tecnológica e licenciaturas) e 11 de pós-graduação. O quadro de pessoal conta com professores efetivos 829 e substitutos 110, além de  669 técnicos administrativos.

A expansão da educação profissional, ressalta Belchior Rocha, foi apontada como o segundo melhor programa do governo federal, perdendo apenas para o Bolsa Família. "Entendemos que a educação emancipadora que forma o ser humano, não apenas para o trabalho, mas para a vida, seja a mola propulsora principal do desenvolvimento de qualquer Estado ou Nação".

Ensino atrai cada vez mais estudantes

A auxiliar de serviços gerais Darlene Cristine Souza do Nascimento, 40 anos, reforçou os ânimos para melhorar de vida, a partir da implantação do Instituto Federal, em São Gonçalo do Amarante. O Instituto é um dos três implantados no Estado - além de Parnamirim e Nova Cruz - no último ano. Prestes a iniciar o curso de Segurança do Trabalho, na modalidade à distância, Darlene calcula a conclusão, ao fim de dois anos, com o prazo para início do ensino superior.  "A mudança maior é na expectativa das pessoas. Antes, aqui, ninguém sonhava em entrar no IFRN, porque só tinha em Natal, em fazer faculdade menos ainda. Hoje isso mudou", disse.

Embora, finalizando as obras, a unidade em São Gonçalo do Amarante, funciona com cinco turmas de curso subsequente (para quem já concluiu o ensino médio) em redes de computadores, com duração de dois anos. Para os estudantes  Monalisa Ferreira Borges, 21 anos, e Wandir Wanderley Barbosa, 26 anos, a expectativa é de estar empregado antes mesmo de concluir o curso. "Há uma procura grande por profissionais, basta estar qualificado", disse Monalisa.  "No meu caso, estou somando ao conhecimento prático o conhecimento técnico e espero melhorar os rendimentos e até mudar de setor", conclui o morador de Macaíba.

Cerca de 200 estudantes concluíram o curso de formação inicial e continuada (FIC) em informática, de janeiro a junho deste ano. "O nosso foco é em infraestrutura aeroportuária e construção civil", disse o diretor acadêmico Carlos Monteiro Lima.

Unidade de Parnamirim já provoca mudança no Agreste

O prédio do IFRN ainda de pouca visibilidade para quem passa pela BR-101, na saída de Parnamirim, sentido zona sul, já provoca transformações na região Agreste. O campus recebe estudante de São José de Mipibu, Monte Alegre, Goianinha e até de Riachuelo.  Para o diretor geral do Campus Parnamirim, José de Ribamar de Oliveira, o processo de expansão não só melhorou o acesso - com maior oferta de vagas - como permitiu a fixação do estudante. "As políticas de permanência garantem hoje auxilio alimentação, transporte, bolsas de monitoria em contraturno. São ações importante para evitar a evasão, posto que nosso público maior são estudantes da rede pública", disse.

A estudante de Rede de computadores Raniele Peixoto Alves, 18 anos, moradora de Lagoa Salgada, é uma das beneficiadas com a bolsa-transporte, que custeia o deslocamento de Monte Alegre, onde passa a semana, na casa de familiares. "No meu interior não há boas escolas públicas e eu não teria condições, por conta dos custos, de estudar em Natal", conta.

Expansão do ensino passa por critérios técnicos

O coordenador geral de Infraestrutura da Rede Federal de Institutos Federais, do Ministério de Educação, Luiz Carlos do Rêgo destaca a atual capilaridade da rede como um todo, que até o final de 2014 implantará 208 novos campus dos institutos federais, em todo país, totalizando 562 unidades, que ofertarão mais de 600 mil vagas em cursos técnicos, superiores de tecnologia e licenciaturas.

Com a expansão da rede, há oportunidade de "formar e firmar" profissionais na região. A interiorização - com instalação de unidades do IFRN para cidades-pólo do Alto Oeste ao litoral sul do Estado - inibe que os jovens migrem para os grandes centros urbanos, em busca do sonho de melhoria de vida. "Tal migração, em geral, resulta em ocupar áreas marginalizadas e não ter acesso ao mercado de trabalho. A expansão tem reflexo direto  no desenvolvimento econômico destas cidades", pontua o coordenador.

A partir desta terceira fase do plano de expansão, observa Luiz Carlos Rêgo, foram incorporados aos critérios técnicos usados para escolha dos municípios sedes dos institutos.

Bate-papo: » Henrique Alves - deputado federal

Como o senhor avalia a política   de expansão da rede federal de ensino profissionalizante?

Essa é uma decisão histórica do então presidente Lula e que tem continuidade com a presidenta  Dilma Roussef, que decidiu suprir essa carência de qualificação, por meio da educação profissionalizante, com a criação de 214 novos institutos federais, as antigas escolas técnicas federais. O Rio Grande do Norte, conta hoje com 16 novos institutos. Isso foi assegurado sem qualquer politicagem, sem atender critérios político-eleitorais. Para atender realmente a carência, a partir de critérios técnicos, de profissionais, de renda e de municípios-pólos da região.

O RN  é um dos Estados mais contemplados com novos campis

O ensino profissionalizante é o instrumento necessário para permitir aos nossos jovens buscar o emprego e melhorar  a renda. Em São Gonçalo, oficialmente nos próximos meses será inaugurado um novo campus. O município foi escolhido em razão da construção do Aeroporto, que empregará milhares de potiguares e precisará de mão de obra qualificada. E isso independe da bandeira política, se o prefeito é do PMDB, do PR, do PT. Um avanço na maneira de administrar no atual governo.

O que essa expansão representa para o desenvolvimento do Estado?

Iremos oferecer a nossa população qualificação profissional. Permitir que, com dignidade,  tenham direito a  emprego sem depender de ninguém para melhorar de vida. E essa é, exatamente,  a maior alegria que se pode oferecer  a  juventude: conseguir, por conhecimentos próprios, a colocação no mercado de trabalho. Essa é mais uma marca  da sensibilidade do governo Lula para com o Nordeste e com o Rio Grande do Norte, hoje, continuado pelo governo da presidenta Dilma.

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