Com as informações da Agência
Brasil
O governo federal não vai
conceder aumento acima da inflação para os aposentados e pensionistas do
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que recebem mais de um salário
mínimo por mês, informou o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da
República, Gilberto Carvalho. “Não há reajuste real”, garantiu ele, após se
reunir com sindicalistas e representantes dos aposentados.
As entidades reivindicam
aumento em torno de 12% para os cerca de 9 milhões de aposentados e
pensionistas do país que ganham mais de um salário mínimo. O impacto do
reajuste nesse patamar representaria, de acordo com o governo, uma despesa adicional de cerca de
R$ 8 bilhões para a Previdência.
Sem acordo, a categoria só
terá a reposição da inflação. Até o momento, o governo propõe acréscimo de
6,3%, referente à estimativa da variação do Índice Nacional de Preços ao
Consumidor (INPC) este ano.
O ministro explicou que o
momento econômico de incertezas em relação à crise economica mundial exige
cautela do governo federal. “Temos responsabilidade, estamos vendo a crise
internacional. Para nós, a coisa mais importante é ter uma linha de política
econômica. Ser governo é isso, tem que ter coragem de enfrentar e de dizer não.
Até com dor no coração”, justificou.
Para o ministro da Previdência
Social, Garibaldi Alves, o veto ao reajuste dos aposentados está relacionado à
sustentabilidade do sistema, que precisa passar por reformas. “A discussão é a
situação da Previdência, que está precisando de uma reforma para poder pagar melhor
os aposentados. Essa a minha posição”.
A posição do governo não
agradou aos representantes dos aposentados. Segundo o presidente do Sindicato
Nacional dos Aposentados, João Batista Inocentini, o aumento reivindicado
ajudaria a estimular a economia. “Lula, quando deu aumento para os aposentados,
também ajudou o país a sair da crise. Não dá para aceitar [o veto]. Não tenho
dúvida de que a presidenta vai perder o voto dos aposentados”, criticou ele.
Edição: Vinicius Doria
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