PESQUISE AQUI AS NOTÍCIAS QUE EXISTEM NO BLOG.

13-03-2012 *DEZ SITES NO RN SÃO INVADIDOS POR HACKERS

DN entrevista hackers

Uma série de ataques promovidos por um grupo de hackers intitulado Anonymous vem acontecendo em diversas partes do mundo. No Rio Grande do Norte, "R0x and L0p3z" é a assinatura assumida pelos autores dos sites invadidos, modificados ou simplesmente marcados, e que estão causando uma onda de medo e preocupação entre os proprietários de sites e de agências multimídia. A agência de comunicação digital Maxmeio é a empresa de desenvolvimento de softwares com a maioria dos sites atacados.

Na manhã de ontem, quando o website da TV Ponta Negra foi atacado pelo Anonymous, a reportagem do Diário de Natal entrou em contato - por meio de e-mail conseguido no perfil da dupla no Twitter - com o hacker chamado R0x e questionou os motivos dos ataques ao canal jornalístico. Na resposta, o hacker prometeu que concederia entrevista e avisou que aquela era apenas a primeira de uma série de intervenções que o grupo iria fazer em diversos sites governamentais, todos regidos pela Maxmeio, empresa que presta serviços para o Governo do Estado e prefeituras.

No total, cerca de 10 websites já foram atacados com mensagens incisivas contra as atuais gestões em alguns municípios e a do Estado, e protestam contra supostos atos de corrupção. O último site hackeado até o final da manhã de ontem foi o do deputado federal Fábio Faria, onde uma tela preta apresentou a seguinte mensagem: "Não estamos aqui para amedrontar ninguém. Apenas para provar que todos falhamos: até uma empresa que recebe milhares de reais do governo para administrar sites. Abra os seus olhos para a corrupção". O ataque serviu para comprovar, definitivamente, a autoria das infiltrações.

Na lista de sites hackeados aparecem as páginas da Câmara Municipal do Natal, Prefeitura do Natal, TV Ponta Negra, vereador Júlio Protásio, Federação Norte-rio-grandense de Futebol, Midway Mall, DayaBrasil e as prefeituras de Guamaré e Pedro Avelino, que até o final da manhã de ontem ainda apresentavam a assinatura dos hackers no canal.

Vulnerabilidade

Segundo alegam os hackers, através dos e-mails trocados com a reportagem, as empresas responsáveis pela administração desses sites seriam "altamente inseguras" e, por forma de protesto e crítica, as suas páginas iniciais foram alteradas. "Queremos alertar a população e mostrar aos políticos que não esquecemos do que eles fizeram. Durante a semana, vamos mostrar como o governo está deixando dados dos cidadãos vulneráveis".

"R0x and L0p3z" dizem também que outros sites têm o seu "sistema de alterações simples" vulneráveis, permitindo assim a postagem de notícias e outras informações. A promessa é de que nas próximas semanas mais sites serão atacados e terão alterações ainda maiores em sua estrutura. "Por enquanto o que temos são apenas idéias, mas durante a semana que está por vir estará tudo concretizado", informaram.

Na página do Twitter, os hackers vêm ganhando espaço e cada vez mais adeptos à pratica, considerada criminosa. Mensagens de apoio como "façam o pior que puderem a esses governos corruptos" são retweetadas pelos anônimos, que respondem em agradecimento às frases e ao reconhecimento gerado pelo "trabalho" por eles operado.

Maxmeio

Para o diretor geral da Maxmeio, Flávio Sales, esse tipo de ação é crime e deverá ser punido por lei. Contatado, o diretor estava em reunião com o conselho jurídico da OAB-RN, que também teve o seu site invadido pelos hackers. "Estamos entrando com uma ação na Polícia Federal, que deverá investigar quem são os autores dos crimes e que atitudes nós temos que tomar diante desse problema. Por hora, não tenho nem ideia de quem sejam os invasores".

De acordo com a delegada Carmen da Rocha, chefe do grupo de repressão a crimes cibernéticos da Polícia Federal, o ato é crime e deve ser punido, após investigação da Polícia Civil, com prisão preventiva e uma pena de um a quatro anos de cadeia, de acordo com a Lei Complementar nº. 105/2001. Se forem identificados mais de quatro pessoas no grupo de hackers, o artigo 288 do Código Penal prevê a pena de um a três de prisão, e se somados a danos nas publicações feitas, o artigo 163 condena o grupo de um a seis meses de prisão. "Se ferir a honra, com injúria, calúnia e difamação, as coisas complicam ainda mais para o lado dos criminosos".

O departamento jurídico da Maximeio se pronunciou por meio de nota sobre os ataques aos sites locais. A empresa respeita as intenções políticas, porém desaprova as invasões. "Os ataques a sites locais supostamente atribuídos ao grupo Anonymous são fruto de um trabalho ideológico que, muito embora respeitável em sua intenção política, incorreu em lamentável equívoco de foco nos seus objetivos", diz a nota.

De Alex Costa, especial para o Diário de Natal.

Nenhum comentário: